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"Ando devagar/porque já tive pressa..."
Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira
quarta-feira, 4 de junho de 2008
vivencias-madeira-cronologica (1978)
Estudos e começo da grande luta
1978: grande parte do ano passei na academia nacional, fazendo o curso superior de polícia, último curso policial, o de mais alto nível. Foram quase oito meses de aulas ministradas por professores de grande gabarito, todos de fora da PF, de ministros de Estado e embaixadores à sociólogos e filósofos, pois o curso não era de polícia e sim de altos estudos sobre segurança e políticas de desenvolvimento nacional. Este curso era do nível da ESG (escola superior de guerra), e devia propiciar uma visão global do país e do mundo em todos os campos, dando aos delegados de polícia a capacidade de planejamento estratégico não mais no campo policial, mas na esfera nacional da estratégia política, de desenvolvimento do Brasil diante das conjunturas brasileira e internacional. Era recheado de pesquisas, trabalhos de campo e visitas a órgãos públicos e empresas privadas de importância em todos os cenários. Foi excelente e de muita valia. Terminado o curso, para variar, fiquei em terceiro lugar entre os quarenta delegados mais antigos, e como eu completava os dois anos de praxe, lá teria eu de ir para outra comissão, em outro estado, agora no ápice da carreira, mas já bastante queimado, conhecido por querer tudo certinho, por não aceitar as ordens recebidas sem questionar. Paralelamente a isto teve início o calvário de Terezinha. Surgiu um problema de pressão alta e nada era encontrado nos exames cardiológicos, ficando ela a tomar remédios e a controlar a pressão, sem causa conhecida. Com isto, e não havendo nenhuma superintendência vaga ou indicação para tal cargo, e tendo de escolher um estado para trabalhar, sendo o segundo homem na hierarquia de qualquer lugar para o qual fosse, dado o meu cargo e minha antiguidade, escolhi - com a anuência de Terezinha e por orientação médica, pois alegaram que a pressão alta poderia ser causada pela altitude de Brasília - o Espírito Santo para atuar como coordenador regional policial. Assim ficaríamos no nível do mar e próximos do Rio, onde estavam os nossos familiares. Aqui eu iria encontrar como superintendente (e o sabia, mas não me atemorizei - afinal, a saúde dela era o mais importante) um delegado da velha guarda, oriundo da polícia civil de Brasília, velho conhecido pela incompetência e, segundo boatos, também pela desonestidade - e, além de tudo, surdo como uma porta. Vim com Terezinha no final do ano, de carro, conhecer Vitória e escolher um lugar para morar, preparando-nos para, passadas as férias de janeiro (como sempre, no Rio), fazermos a mudança definitiva - um novo ciclo, um novo lugar. Madeira
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