
1895: no dia 21 de agosto, em uma remota aldeia fronteiriça da Pátria-Mãe, nosso querido Portugal, nasceu aquele que receberia muitos anos mais tarde a missão de ser meu pai: JOÃO DIAS PEREIRA. Escritos com maiúsculas, pois na convivência de filho, de discípulo e de aprendiz nunca observei uma só falha de caráter ou de comportamento nele. Orientador sábio, com os ditados populares sempre tinha a saída correta para as dificuldades diuturnas, sem nunca reclamar ou demonstrar cansaço ou preguiça. Rude na defesa dos seus direitos, honesto no dia-a-dia laboral, amigo de se entregar às causas dos amigos, trabalhador ao extremo, com um senso de respeito ao lar incomparável, capaz de dar o que tivesse de seu para os necessitados, mas duro com os malandros, deixou-me um legado de firmeza, coragem, valentia e honestidade, com o qual aprendi a enfrentar os pseudo-poderosos (os poderosos materiais - ricos -, ou por funções), colocando-os no lugar de simples mortais, que detinham um poder momentâneo e, assim, temporal, do qual não podiam fazer uso para ameaças ou em proveito próprio. Com isto, o vi ser preso por negar-se a dar propina a um vagabundo de um delegado de policia, e depois ser reconhecido pela justiça inocente, mas não tendo tido medo de nada para manter seus princípios morais... Gostaria de poder eternamente demonstrar a minha gratidão pelos ensinamentos e exemplos desse pai, e agradeço a cada dia, em meu despertar, a graça de tê-lo tido como genitor e modelo. Obrigado, meu Pai. Do filho Theo.