"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

domingo, 16 de março de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1951/1)



1951: retorno de Portugal e novo modus-vivendi, totalmente diverso dos anos de primário e da vida de criança pequena. Meu pai de volta ao comando da Padaria Laís, à rua Antônio Basílio 198, esquina da rua José Higino, e nós morando em cima, com minha mãe entregue às tarefas domésticas, auxiliada por uma empregada, negra, alta, forte, chamada Dora, com um defeito em uma das pernas, que tornava difícil o seu andar (andava de bengala e se arrastando), que morava conosco, em um quarto imenso para os padrões atuais de dependências de empregada, e era tratada como alguém da família, efetivamente. Nas redondezas existiam alguns marcos, como um quartel do Corpo de Bombeiros em frente à Padaria, o rio Maracanã atrás do quartel e, do outro lado do rio, a fábrica de cerveja da Brahma, que balizava nossa vida, pois tocava o apito de início dos turnos de trabalho, pontualmente, às 06 e 45 (apresentação dos operários, para bater ponto e ingressar nas dependências da fábrica), às 7 horas (início dos trabalhos de fabricação, engarrafamento e distribuição), às 11 horas (parada para o almoço), às 12 horas (retorno pós-almoço) e às 16 horas (fim do dia de trabalho). Assim, todo o bairro e adjacências sabia que horas eram nos dias úteis. Vale lembrar que a Brahma era a única fabricante de cerveja no Rio, pois as outras existentes estavam em São Paulo (a Antártica Paulista) e em Petrópolis (a Itaipava). Nos estudos, após uma prova sobre os conteúdos das quatro séries primárias, basicamente um ditado, uma redação e questóes sobre as quatro operações, fui admitido no Externato São José, no admissão. Nessa época terminava-se o primário, e era necessário fazer um ano do denominado admissão, que era uma espécie de aprendizagem de transição entre o primário e o ginásio, e que visava preparar a criança para as novas dificuldades da aprendizagem: disciplinas mais complexas como latim, matemática, ciências, música, desenho e outras, com professores especialistas. Também me deparei com uma grande novidade, que era locomover-me só. O colégio ficava à rua Barão de Mesquita, 164, dois quilômetros distante de minha casa, e a ele eu chegava de bonde (o 64, Aldeia Campista, ou o 70, Andaraí), a partir do ponto em frente ao quartel da PE, Polícia do Exército, tropa de elite. Como era perto, sempre que podia eu saía mais cedo e ia a pé, para com o dinheiro do bonde tomar sorvete, única gulodice que não tinha na padaria de meu pai, sendo que às demais (bolos, biscoitos, doces, chocolates, balas) eu tinha livre acesso, pois meu pai nunca me proibiu de comer nada, apenas eu era obrigado a, nas horas das refeições, comer tudo que estava no prato (e minha mãe que colocava), não podendo deixar restos, estragar comida. Madeira

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