"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

sexta-feira, 9 de maio de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1965/1)


Faculdade Nacional de Direito, rua Moncorvo Filho; à direita, vê-se a Praça da Aclamação (atual Campo de Santana).


1965: vida seguindo normalmente, quartel, esportes, formado em direito e inscrito na OAB sob o número 777, namoro firme e a necessidade de tomar uma decisão até julho, quando do fim do período obrigatório de estágio no exército: no Rio, continuando na vida militar até o máximo de nove anos ou advogando; em um retorno à Brasília, a opção seria dar continuidade à vida militar na então PM/DF. Decisão a ser tomada com antecedência, dadas as providências burocráticas e pessoais necessárias. Depois de muita conversa com Terezinha resolvemos que o melhor seria a volta para Brasília - já que se ficasse no exército ficaria desempregado passado algum tempo, tendo que procurar uma profissão com quase trinta anos e sem outra qualquer experiência que não fosse a militar. Se ficasse no Rio sem ser no exército teria de iniciar uma vida de advogado sem experiência e sem o apoio de um escritório de advocacia de peso. Além do mais, já que estávamos certos do nosso amor e do futuro casamento, não seria nada bom viver perto de nossos pais. Da parte dos pais de Terezinha pelas dificuldades que tinham - e seria (e foi) mais fácil ajudar à distância, para que um casal não atrapalhasse a vida do outro; da parte dos meus pelas reações de minha mãe, que influenciavam meu pai contra o meu casamento com Terezinha. Sonhavam, como todos os pais (principalmente os mais antiquados), com um casamento escolhido por eles, com alguém de posses (tipo Idade Média), do mesmo nível de estudos e que tivesse um jeito bem social, no sentido de titulações, e isso era tudo que Terezinha não tinha. Meus pais tentavam me empurrar para um casamento com a afilhada deles, professora, filha do Seu Gomes, também português, um contador que prestava serviços para os negócios de meu pai e que tinha muito dinheiro, sendo visita freqüente lá em casa e nós na dele. Era tão amigo de meu pai que comprou junto com ele um terreno na avenida Paranapuan, na Freguesia, Ilha do Governador e lá construíram, lado a lado, dois prédios de dois andares, de desenhos idênticos. A pretensa prometida até que não era feia, mas nada me dizia. Com isso tudo resolvemos ficar noivos e o fizemos contra a vontade de meus pais, e planejamos minha volta para Brasília, onde procuraria um apartamento funcional (a que, casado, eu teria direito) para casarmos em cinco de fevereiro do ano seguinte. Nesse ínterim recebi, via quartel, um documento do DFSP solicitando que eu optasse formalmente por continuar na PM (como oficial da GEB) - ou então que fosse para a parte civil. Recebi telefonemas de colegas vários que optaram pela PM (a maioria), todos solicitando que eu fizesse o mesmo. No entanto, informei-me que por decisão legal o pessoal que pertencia ao DFSP - quando a capital federal era no Rio - tinha o direito, se quisesse, de escolher a transferência para Brasília e assim continuar no DFSP (funcionários federais), ou então optar por ser transferido para o há pouco criado estado da Guanabara, ficando com todos os direitos (como funcionários estaduais). Muitos preferiram ir para Brasília, e assim o quadro de oficiais da PM/DF ficou misturado, com oficiais oriundos da GEB e do CPOR/RJ, e da outra parte oficiais ex-PMs vindos do Rio, sendo que à época a escola de formação de oficiais da PM no Rio pedia apenas ginasial completo para ingresso. Com isso as possibilidades de promoções apertaram, e seríamos comandados por capitães, majores e coronéis vindos do Rio, com formação totalmente diferente da nossa, com vícios policiais e outros. Daí preferi, já que estava formado em direito, ficar no setor civil (e estava bem, lotado na Interpol), com possibilidades de ser delegado mais adiante. Assim passou o primeiro semestre do ano, com os planos de retorno, já noivo, fazendo o enxoval e estudando (doutorado em direito público na faculdade nacional de direito, na qual tivera acesso direto por conta de meu histórico escolar da Cândido Mendes, já que o requisito era não ter nenhuma nota abaixo de sete por disciplina durante os cinco anos do curso de bacharelado, e média geral final acima de oito - e eu tinha oito e quatro décimos). Este curso era de dois anos e muito bom. Até julho, pois, muito trabalho, estudo e sonhos. Madeira

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