"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

segunda-feira, 17 de março de 2008

vivencias-madeira-cronologica (1951/2)


Flu 51 - uma boa idéia


1951: este foi um ano especial para mim, pois foi o de introdução ao Maracanã... Antes, nunca havia visto uma partida de futebol, pois meu pai não gostava (dizia que futebol não dava camisa a ninguém, e de fato, à época, não dava mesmo). No colégio em que fiz o primário, a atividade física era a ginástica calistênica (um tipo de exercício leve, baseado na movimentação de braços e pernas), e nada mais. Em Portugal, nem pensar em futebol, pois então a bola portuguesa era bem quadrada. No Rio, capital federal, tínhamos cinco times grandes, ou seja, tradicionais: Fluminense, Flamengo, Vasco, Botafogo e América, basicamente clubes sociais e que representavam bairros, colônias ou grupos sociais. O Fluminense era sinônimo de zona sul (que terminava no Leblon, em termos de população) e de pessoas abastadas. O Flamengo era de pessoas mais pobres, principalmente negros e operários, que lotavam a geral, localidade nos campos mais barata, e na qual se via o jogo em pé. O Vasco era da colônia portuguesa, de adeptos do remo e de São Cristovão, bairro importante e rico então. O Botafogo, da classe média e também do pessoal mais abastado da zona sul. O América representava a Tijuca e bairros adjacentes, uma nova classe média que surgia ali. Todos tinham muitas atividades sociais, tais como bailes de debutantes, festas da primavera e bailes de carnaval, e disputavam, com times formados por associados, os campeonatos dos esportes de que os sócios mais gostassem, tipo vôlei, basquete, remo, atletismo e outros que fossem oferecidos pelas federações respectivas, e que eram verdadeiramente amadores (amavam as cores do time e as defendiam com ardor). Havia também os clubes dos subúrbios, pequenos pelo poder aquisitivo, pois as grandes fontes de arrecadação eram o quadro social e a renda dos jogos. Os clubes pequenos dividiam-se conforme a linha de trem que servia o local. Eram da Leopoldina (nome da companhia de trem que atendia a região), Olaria, Bonsucesso, Central (a principal, com mais subúrbios, e mais populosos) Madureira e Bangu. O São Cristóvão, que na década de 20 tinha sido grande e muito importante, já estava como pequeno. Os pequenos também sobreviviam das festas que promoviam. O campeonato era disputado em turno e returno, pelo sistema de todos contra todos, com jogos no turno no campo de um, e no returno no campo do outro. A sistemática de contagem de pontos era a de pontos perdidos, corridos, ou seja, não se ganhavam os pontos, tratava-se de não perdê-los. Derrota equivalia a perder dois pontos, e no empate cada um perdia um. Ao final do campeonato, o que tivesse menos pontos perdidos era o campeão. E, em 1951, a novidade era que os grandes podiam jogar no Maracanã ou em seu campo, mas no returno tinham de ir jogar no campo do pequeno, acanhado e com a torcida em cima. No campeonaro carioca de 1951 passei a freqüentar o Maracanã, nas tardes de domingo, e que era perto da casa do meu avô Madeira, coisa de mais ou menos um quilômetro, onde almoçavam em família todos os membros do clã Madeira, filhos e cônjuges. Era levado ao Maracanã pelo meu padrinho Arthur e pelo meu mano Sidônio, este quando no Rio, nos jogos do Fluminense, pois ambos eram tricolores - e o Fluminense foi o campeão carioca de 1951. Comecei bem. Madeira

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