"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

sexta-feira, 13 de junho de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1980/3)


Descendo do ônibus e seguindo em frente

1980: punido, ao meu ver injustamente, principalmente por não ter sido ouvido, não ter tido direito de defesa e não terem sido considerados os anos de polícia e a folha de serviços, somente com elogios e comissões importantes, e ameaçado de remoção para lugar inóspito, com Terezinha recém-transplantada e, para maior desilusão minha, com movimentação de greve na PF, coisa que não aceito de jeito nenhum em algumas áreas de serviço, uma delas a policial. Resolvi que bastava de sacrifícios meus e da família, com as mudanças continuadas. Assim, com os brios à flor da pele, vomitando ressentimentos, conversei muito com Terezinha (que ponderava meus anos de serviço e meu amor à causa policial e ao DPF, mas que respeitaria minha decisão e estaria colada comigo) e me mexi. Primeiro, por vergonha de chefiar delegados tendo sido punido, e por entender que era impossível a relação profissional com o superintendente, solicitei minha exoneração do cargo de segundo nível hierárquico da SR (coordenador), dispondo-me a negociar o restante, tal fosse o local de minha remoção e a anulação da minha punição. Concedida a exoneração, face a persistir a idéia da remoção, solicitei licença para tratamento de familiar enfermo, com os devidos atestados médicos, por seis meses (esperava assim que tudo se acalmasse e se resolvesse) - e me foi negada. Notei que estava sendo seguido por agentes do serviço de informações da SR e peguei um, o agente Wanderley, na ladeira da FAESA, e dei-lhe um aperto. Ele se desculpou, pois estava cumprindo ordens. As coisas caminhavam para a minha saída mesmo. Eu ainda tinha uma tentativa para não abandonar a PF, da qual eu tinha sido um dos fundadores, um dos criadores, tendo feito parte da equipe que redigiu o regimento interno, o decreto 56.510/65; enfim, uma instituição a qual tinha me dedicado de corpo e alma, sem nada pedir ou negar a fazer e que à época estava com salários muito defasados. Esses fatos todos foram agravados pela chegada de um delegado de Brasília, enviado pela direção geral para verificar o que estava ocorrendo, e amigo íntimo do superintendente, da turma dele; um vagabundo e mau-caráter de primeira, pois quando eu soube de sua chegada o mesmo já havia se reunido com o superintendente e nem me ouviu, dizendo-me de cara que eu havia errado. Ainda ponderei se não seria melhor haver uma composição, e a resposta foi negativa. Bem, as portas estavam fechadas e restava-me botar o galho dentro, aceitando tudo de cabeça baixa como um criminoso arrependido, ou entrar na justiça e enquanto isso me foder - ou deixar tudo, guardando apenas as boas recordações e a herança dos bons exemplos dados. No dia do aniversário de Terezinha, 17 de setembro do ano, dei entrada no protocolo da SR/ES de documento solicitando a exoneração do cargo público de delegado de polícia federal, anexando ao pedido minha carteira funcional, meu brasão e a arma funcional. A partir daí comecei a dar aulas como um desesperado, pegando turmas também pela manhã, e trabalhando também em colégios e cursinhos aos sabados e domingos (já lecionava na FAESA e na UVV e passei a lecionar nos colégios Positivo e Promove, fora os cursinhos Nacional de Vila Velha e BAC em Vitória), para não faltar com as condições financeiras em casa. Foi tremendamente dolorido, às escondidas de Terezinha chorei muito, mas a decisão foi tomada e pronto. Talvez tenha sido a grande cagada de minha vida, talvez tenha sido apenas fruto de orgulho, mas algo tinha de ser feito e foi. Madeira

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