"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

sábado, 19 de abril de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1961/1)

1961: este ano foi dividido claramente em dois, de acordo com a cronologia semestral. No primeiro, já veterano na faculdade e com a base do estudo jurídico adquirida no ano de calouro - pois como um iniciante em qualquer atividade tudo era motivo de dúvida e de grande curiosidade -, ficou mais fácil e macetosa a aprendizagem. De fato, no ano anterior as disciplinas introdução ao estudo do direito, sociologia política, teoria geral do Estado, direito romano (hoje muitas faculdades não a ensinam e ela é definitiva para a interpretação do direito pátrio) e economia política me deram um amplo entendimento do que era a ciência do direito, e fizeram com que me apaixonasse por ela em sua teoria. Mais para a frente, ao trabalhá-la no dia-a-dia, verifiquei como na prática o homem, com suas imperfeições, interesses particulares, vaidades, orgulhos e paixões a deturpa e violenta em seus princípios básicos, tornando-a não mais uma ciência social, mas um instrumento pessoal para conseguir realizar os seus mais torpes desejos e suas vontades mais mesquinhas. O que não me desespera é que ainda há um pequeno número de homens de bem também na área jurídica, e que esses deslizes praticados por juízes, legisladores, promotores e advogados corruptos serão julgados em um tribunal maior, na eternidade. Nunca fiz parte desse time nojento em minha vida profissional. Bem, no segundo ano - com a base muito boa e a entrada das disciplinas profissionalizantes - foi tudo mais fácil e gostoso. A faculdade Cândido Mendes, a mais antiga particular do Rio de Janeiro, criada no século dezenove como Escola de Comércio e construída, à epoca, em um local estratégico - em frente ao cais da cidade, na Praça Quinze, local de entrada e saída de mercadorias e de comércio -, e que depois criou o curso de direito, funcionava em um prédio erguido então para esse fim (hoje tombado), com uma grande torre no centro do grande pátio existente. Era impecavelmente limpa, com grandes janelões e piso de tábua corrida sempre muito bem encerado. Vetusta, tradicional, dirigida por um educador e pensador de esquerda (mas não fanático), o dr. Cândido Mendes, da família que a originou, com professores-doutores em direito (não por esses doutorados atuais baseados em teorias e fórmulas nerds, mas pela excelência de estudos, pareceres e livros publicados, tribunos de conteúdo, não de blá blá blá), deu-me um embasamento e uma confiança que me servem até hoje nas leituras e compreensões de fatos cotidianos. Quando mais adiante lecionei direito, passei informações ao profissional da área que já não se transmitem, oriundas de meus estudos de introdução à disciplina, coisas que nem constam mais dos livros, como o que são e quando devem ser usados ítem, inciso e alínea e até quando se usa a numeração cardinal nos artigos - e mesmo quando se redige no futuro ou no presente. Ao não saber isso um advogado - em uma firma ou no serviço público -, ao redigir uma ordem de serviço ou uma portaria (também hoje não sabem diferenciá-las), certamente vai escrever um mau documento jurídico. Madeira

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