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"Ando devagar/porque já tive pressa..."
Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira
quinta-feira, 17 de abril de 2008
vivencias-madeira-cronológica (1960/1)
1960: novo ciclo - faculdade de direito, CPOR, fim do futebol oficial - ligado à federações - pela total falta de tempo (pois o CPOR funcionava aos domingos durante os meses de aulas). Durante dois anos (60 e 61) meu tempo foi ocupado pelos estudos do curso de direito (à noite na faculdade), e (de dia) ainda me dividia entre a casa e o CPOR, neste nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho, correspondentes às férias escolares, com as instruções (nome militar das aulas, teóricas ou práticas) durante os dias de semana e a formatura às cinco e cinqüenta da manhã; chegava no quartel às cinco horas e a instrução ia até as dezesseis e trinta, com liberação às dezessete horas, menos aos sábados e domingos. Este era o chamado período contínuo. Nos demais meses do ano em que havia aula nas faculdades (só fazia CPOR quem era universitário) ocorria o período descontínuo, com aulas aos sábados e domingos, nos mesmos horários. O segundo ano no curso do exército precedia a declaração à oficial. Escolhi - como se diz militarmente, piruei - fazer o curso de infantaria, tanto por não gostar das outras áreas (artilharia e engenharia, muitos cálculos; cavalaria, muita merda de cavalo e cavalos brabos; intendência, cuidar de suprimentos) como para ter o prazer de pertencer à (única) arma que vê o branco dos olhos do inimigo. Desatei a estudar as disciplinas do primeiro ano (ordem unida, regulamentos militares de saudações, comunicação, disciplinar, armamento e tiro, maneabilidade, topografia...), fazer marchas - neste ano com equipamento de combatente, algo pesado e incômodo - (ainda) curtas, de oito, doze - noturna - e dezesseis km e acampar para manobras militares. Era um guerreiro, enfim. No primeiro acampamento, em Gericinó, célebre área de treinamentos do exército na zona suburbana do Rio, próxima à estação de trem de Magalhães Bastos, após chegar em caminhão de transporte militar e armar a barraca com meu de rancho (colega escolhido pelo capitão-comandante da Escola, a décima, para ser o meu companheiro nesta instalação), fui almoçar e inesquecivelmente aprendi logo o que era combate, pois com todos na fila para a refeição caiu um tremenda chuva - estávamos em um descampado - e minha comida, meu rico arroz-com-feijão - mais carne e batata cozida - boiava na minha marmita. Vi muitos filhinhos de papai choramingando e tendo de comer sem maiores comentários... Eram dois acampamentos de cinco dias (todos de exercícios simulados de guerra) nos períodos contínuos, e duas jornadas (dia inteiro) nos períodos descontínuos. Os acampamentos eram finalizados com o retorno a pé, e nas proximidades do quartel marchávamos e cantávamos músicas varonis. Cansaço não podia existir, e cair ou voltar de ambulância era o vexame máximo, podendo significar o desligamento do curso. Logicamente havia muito esporte, e logo lá estava eu capitão do time de futsal (já modernizado, com bola que quicava um pouco, mas ainda sem valer gol de dentro da área) e jogando nos times de vôlei e basquete. Nossa escola foi a campeã de todos os esportes no curso de infantaria (eram dez as escolas), e parei na seleção de futsal do curso, onde ganhamos das outras armas. Estava tudo sendo muito bom neste ano, eu vibrando e satisfeito com a minha vida, principalmente por estar tendo mais e novas responsabilidades. Sempre gostei de assumir responsabilidades e tomar decisões, arcando também com as conseqüências. Madeira
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