
Dona Hilda: até a flecha que partia o coração era amorosa.
1919: ano de nascimento de Hilda Botelho Coelho, que durante mais de quarenta anos exerceu um papel relevante em meu viver, como uma segunda mãe, avó de meus filhos e bisavó de meus netos, com muito amor, entrega e dedicação. Mãe de Terezinha Coelho Dias, minha esposa por trinta e oito anos, Dona Hilda, de aparência frágil, magrinha e baixinha, era na realidade de uma força incrível, sempre pronta a intervir em qualquer dificuldade para ajudar quem dela precisasse, sem medir conseqüências ou se preocupar com o futuro. Sua religiosidade foi marcante, e em tudo se referia a sua Mãezinha, pedindo sua ajuda, orando, acendendo velas para Maria, mãe de Jesus... Certamente foi atendida muitas vezes, pois sua fé era incomensurável. Já na meia-idade, deparou-se com um problema, à época (1979) novidade, da necessidade de doar um rim para Terezinha, que necessitava fazer um transplante renal, e apesar da aparente fragilidade, de imediato colocou-se à disposição e feliz, com mais uma oportunidade de estar servindo ao próximo, neste caso a própria filha. Doou o rim, o que tirou Terezinha da hemodiálise e lhe permitiu mais vinte e três anos de vida, podendo ver os filhos e netos crescidos e realizados. Dona Hilda, guerreira de origem humilde, soube viver com bondade, e hoje na certa está prestando serviços em locais de muita luz no Mundo Maior. Do seu filho postiço, Madeira.