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"Ando devagar/porque já tive pressa..."
Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira
domingo, 9 de março de 2008
vivencias-madeira-cronologica (1939)
Avenida Rio Branco, centro do Rio - anos 30
1939: em vinte e oito de outubro, nove horas da manhã, em casa, pelas mãos de uma parteira, como era de hábito na época, nasci, à rua Thomás Coelho número 35, no bairro de Aldeia Campista, servido pelo bonde 69, próximo da rua Barão de Mesquita, na esquina da qual (com a Thomás Coelho, em frente ao quartel da Polícia do Exército) funcionava a padaria Universal, de propriedade de meu pai, João Dias Pereira, panificador desde a chegada ao Brasil, oriundo da Pátria-Mãe, nosso querido Portugal, então com quarenta e quatro anos de idade, viúvo de um casamento no qual nasceu meu irmão e amigo especial Sidônio. Minha mãe, Aracy Madeira, a partir do casamento Aracy Madeira Dias, filha de Antonio Madeira, também panificador, solteira, então com vinte e quatro anos de idade, chapeleira (no lar) e preparada para o casamento (costume da época). Até os cinco anos moramos nessa casa, da qual só me lembro que tinha um pé direito muito alto, e um pequeno quintal. A vida resumia-se a brincar em casa, sob os olhos da minha mãe, com a presença severa, e às horas da refeições de meu pai, sempre impecavelmente vestido, com porte aristocrata, apesar da origem humilde, de pastor, em Trás-os-Montes, Portugal. Ensinou-me tudo de educação, desde a receber pessoas e vestir-me até a alimentação. Minha mãe, como todas as mulheres de então, limitava-se a manter a casa na mais perfeita ordem e funcionalidade, e a acompanhar meu desenvolvimento. Aos cinco anos, mudamos para a Tijuca(após uns meses,em 1943,morando em Botafogo,na rua Sorocaba,onde meu pai foi salvar da falencia a padaria Estrela,que tinha montado para ajudar dois amigos portugueses,o João Silva e o Joaquim),para a rua Antônio Basílio 198, em cima da padaria que meu pai comprou - efetuada a venda da Universal -,a padaria Laís. Era um sobrado imenso, com amplas salas de visitas e de jantar, copa, vários quartos, sendo um de frente, em curva, para mim e para Sidônio, quando de férias. A partir daí,lembro-me perfeitamente de minha infância,pois lá moramos por quinze anos, ou seja, toda a minha adolescência foi ali passada.Então iniciei meus estudos, no Colégio da Companhia de Santa Therezinha de Jesus,tradicional colégio de freiras situado no Largo da Segunda-feira, na confluência das ruas São Francisco Xavier e Conde Bonfim; algo normal, pois no Rio as escolas tradicionais eram as de religiosos ou as públicas de referência (Instituto de Educação, para formar professoras primárias;Pedro II, Escola Técnica Federal, Colégio Militar...). No Santa Therezinha fui alfabetizado e aprendi mais ainda de respeito, educação e disciplina, paradigmas do nosso lar. A frente falarei mais das vivências posteriores aos cinco anos. Madeira
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