"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

terça-feira, 15 de abril de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1959/1)


O Rio de Janeiro em um dia de dezembro, 1959


1959: ano de fim do ciclo estudantil do clássico e de decidir a carreira, a profissão e o vestibular, então classificatório, ou seja, havia cem vagas e entravam os cem primeiros classificados, as cem melhores notas finais. Finais porque o vestibular era de provas escritas, orais e específicas da área de estudos (humanas, exatas ou biomédicas; estudantes do clássico para a primeira e científico para as duas outras). Decidi-me por fazer Direito e assim me inscrevi ao final deste ano em dois concursos vestibulares, o da Faculdade Nacional de Direito, no Passeio Público (federal) e o da Faculdade de Direito Cândido Mendes, a mais antiga e tradicional particular do Rio de Janeiro, na Praça XV, ambas no centro do Rio. Consegui passar na Cândido Mendes em terceiro lugar na classificação final. As provas eram escritas e feitas em dois dias, um para português, latim e uma língua estrangeira (escolhi e fiz francês) e outro para história e geografia do Brasil, com quatro horas de duração. Trinta dias depois aqueles com nota superior a cinco em cada disciplina eram convocados para as provas orais - e era fogo: uma banca de três examinadores, catedráticos, sendo que você devia fazer uma dissertação para o presidente da banca uma vez sorteado o ponto (os conteúdos eram dos três anos do ciclo clássico, divididos em vinte pontos). A explanação do aluno era ouvida sem interrupções, e a ela era atribuída uma nota até o máximo de seis; depois, cada um dos dois outros membros da banca fazia sobre o ponto duas perguntas, valendo um total de quatro pontos (um ponto cada), o que conduzia à nota máxima dez. Isto tudo era acompanhado pelo inspetor federal, que sorteava o ponto em uma roleta redonda como as de bingo. Com a base do Marista - ensino excelente -, muitas horas de latim (missa em latim etc) e a educação recebida no Andrews (totalmente voltadas para essas áreas, ambos com professores excelentes), fora o meu gosto pelos conteúdos, foi mole ser aprovado. Com essa aprovação e com (até hoje continuam) as greves seguidas das universidades públicas, optei por nem ir fazer as provas orais na Nacional de Direito, já aprovado na Cândido Mendes. No futebol (Confiança), depois de ter cumprido o estágio de um ano, como sempre com inspiração superior, disputei o campeonato do departamento autônomo, para o qual - após anos afastado - o clube se inscreveu, reformando o estádio na rua Siva Telles (que hoje não existe como estádio, pertencendo a uma escola de samba que lá faz seus ensaios de carnaval). Foi uma campanha excelente, pois nos sagramos vice-campeões da série urbana (eram três as séries: a urbana para times da zona sul, centro e bairros; a suburbana para times dos - claro - subúrbios; e a zona rural de Bangu para cima). Venceu a nossa série e classificou-se para o triangular final o time da Viação Paredense (empresa de ônibus, à época fortíssima no Rio), e o campeão geral foi o Campo Grande, até hoje no futebol do Rio, na segunda divisão. Jogos em turno e returno, no campo do adversário e no nosso, e foi muito gostoso esse envolvimento de disputa, de entrar em campo sob foguetório, de fãs, de vitórias suadas e gratificantes, de súmula, de juiz de federação (até com Armando Marques no apito joguei), de massagista, de banheira relaxante ao fim jogo... Enfim, à exceção da riqueza de agora, que nem os profissionais de então tinham, vivi a vida de jogador de futebol e de ídolo da comunidade local. Valeu. Madeira 

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