"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

domingo, 27 de abril de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1963/2)



1963: no dia sete de setembro deste ano teve início um novo ciclo de vida, face a um grande conflito ocorrido na rodoviária de Brasília. Neste dia, no Rio de Janeiro, o Egydio casava e eu estava no comando da S.E. Brasília vivia então, assim como o Brasil de hoje, uma época de badernas, de falta de respeito total, de uma indisciplina generalizada apoiada claramente pelo governo federal, governo este conduzido por um presidente fraco, dominado pelos sindicalistas - na realidade, grupos de comunistas que desejavam (como hoje) apropriar-se da máquina governamental para o seu próprio proveito. Era um bando de analfabetos, ávidos por abocanharem funções de mando (sem competência para tanto), sob a capa de nacionalismo, de o proletariado dominar o pais para redistribuir a renda, esquecendo-se (como agora) que sem o capital não há o trabalho e que a centralização administrativa é um erro crasso, principalmente estatizada, pois não é função do Estado empregar (como está sendo agora); isto gera mais tributos pela necessidade de arrecadar mais e mais, e ainda inflação e fuga de dinheiro. A prova disso veio logo depois, com o fim do comunismo no mundo, mas esses imbecis (José Dirceu e camarilha) querem as mordomias que os ditadores e seus acólitos têm, protegendo os puxa-sacos e enriquecendo a si mesmos, sempre com discursos populistas, demagógicos. O pobre que só quer melhorar de vida e não consegue entender muitas coisas fica seduzido por essa fala populista, pelos discursos demagógicos; fazem uso de um raciocínio simplista: sou eu que estou na presidência, pois é um operário como eu que lá está: alguém que bebe cachaça, fala errado, é amigo e simples. Eles não conseguem ver as mentiras e golpes perpetrados diuturnamente pelos socialistas, pretensos defensores do povo que estão no poder, a cada dia mais ricos e empanturrados por suas benesses, pagas pelos tributos recolhidos dos próprios pobres em cada quilo de feijão/arroz comprado. Assim estava Brasília - e o Brasil todo - na época. Bem, no dia em questão havia um grande movimento popular previsto para o anoitecer na rodoviária, contra o aumento das passagens de ônibus, e todo o nosso efetivo (sob o meu comando) foi deslocado para lá. O desfile militar, pela manhã, já tinha sido prenúncio de confusão, com os cartazes pregando rebelião popular, tomada do poder pela força (pelo proletariado), vaias às Forças Armadas e outras manifestações. Com a tropa embarcada na rodoviária, nos três choques, fui procurado por um negão líder sindicalista com uma carta da Casa Civil assinada pelo Darcy Ribeiro - homem inteligentíssimo, depois cabeça da atual LDB, mas fraco, medroso e comuna -, determinando que a força policial ficasse à sua disposição (sob o seu comando, o comando do companheiro Manuelão - era grande mesmo). Obviamente mandei ele se foder e informei que quem comandava era eu, e que se houvesse baderna e quebra-quebra nós iríamos agir - e que se ele era tão líder assim que segurasse os manifestantes. Se só houvesse discurso (já estava lá um caminhão de som cheio de lideranças discursando) e deixassem parte das ruas com trânsito tudo ficaria bem, ou então iríamos atuar. Na época, no entorno da rodoviária, não havia iluminação, era tudo mato e barro na direção da Torre de Televisão. Às tantas horas, já escuro, chegaram os estudantes da UNB (universidade nacional - pública - de Brasília) e começou um quebra-quebra indiscriminado dos ônibus que estavam estacionados na rodoviária. De imediato ordenei o desembarque e uma varredura na rodoviária, no sentido da Esplanada, para o lado oposto ao da torre, ou seja, tirando-os da direção dos ministérios. Ocorreu um confronto, pedradas e tiros contra nós e a gente na porrada e no gás lacrimogêneo, pois não havia qualquer treinamento ou ordem para atirar. Eram usados os cassetetes e gás e as formações de evacuação - no caso, usei a em linha. Nós (uns cem) contra uma multidão, mas treinados e com coragem. Resultado: soldados feridos por pedras, muitos manifestantes por cassetete e um ferido a tiro, que obviamente não havia sido dado por nós. Mas a manifestação acabou - e no dia seguinte eu fui afastado do comando. Madeira

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