"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

terça-feira, 3 de junho de 2008

vivencias-madeira-cronológico (1976/2)


"Mexe comigo não, nojento!"


1976: assumi as funções de assessor da direção geral do DPF para assuntos de ensino, e logo me queimava definitivamente com o diretor geral, pois em uma conversa com ele discutimos por pontos de vista divergentes e eu lhe disse que ele não era da casa, não entendia de polícia, que iria (ele) embora um dia e eu permaneceria (no fim deu-se o contrário, eu é que saí, em 1980). A discussão ocorreu, entre outras coisas, pelo fato de o DPF ter ganho da justiça federal dois aviões apreendidos, que eram pilotados por pessoal da FAB, e o Moacyr Coelho os estava dando para a própria FAB, alegando que o DPF não precisaria deles, já que era descentralizado e se precisasse de algo do tipo faria então a solicitação. Pelo fato, vê-se que era uma besta (já falecida, mas uma besta). Nesta discussão chegamos aos berros, e o agente de segurança dele, que tinha sido meu soldado (o Isvami Vieira), entrou correndo na sala - o que foi bom, ou eu teria enfiado a mão em seus cornos. Daí em diante, apesar de ter minha sala ao lado da dele (éramos três assessores chefiados pelo assessor geral, um general da reserva bem banana, nem lembro o nome dele), passei a ficar direto na academia nacional de polícia, ajudando nos concursos (que se multiplicavam), na montagem dos cursos e em aulas, o que me satisfazia e fazia com que eu não respirasse o ar fétido - pela pobreza de idéias e de ideais - reinante na direção geral. O Moacyr Coelho fez a carreira toda no SNI e era homem de papel, de gabinete, de fofoca, de ficar na escuridão, e foi o principal responsável por minha saída do DPF mais à frente. Eu já ia direto para a ANP e ele não se importava, até porque eu era assessor para a área de ensino e assim não nos cruzaríamos. Afinal, eu era um dos delegados mais antigos e respeitados do departamento, cheio de elogios, e tinha acabado de colaborar (inclusive redigindo a minuta do estatuto e do regimento interno) na criação da associação dos delegados de polícia federal - ADPF -, ainda hoje existente e fortíssima ma defesa dos interesses da categoria, sendo eleito o segundo na hierarquia da mesma e seu executivo principal para o exercício do cargo de secretário geral. O presidente eleito havia sido um colega de turma, excelente delegado, o Anselmo Jarbas Muniz Freire (logo depois morto no Rio de Janeiro, em frente à favela da Rocinha, em um tiroteio com um bandido, o Niltinho do Pó, que tentou assaltá-lo), e esta era uma função mais social, de representação, de que eu não gostava e não gosto. As ações na ANP levavam-me à viagens constantes pelo Brasil, tanto para aplicar concursos quanto para dar aulas em cursos volantes pagos pelo DEA/USA, de treinamento para as polícias estaduais (para oficiais das PM´s e delegados das civis) na área de combate ao tráfico de drogas. Como cúpula eu escolhia, e aí fiz um revezamento de capitais onde trabalhar, com isto conhecendo o Brasil todo - e com as mordomias de ter um agente local levando-me e mostrando-me tudo. Nestas viagens sempre levei comigo o Altamir Balbino, velho companheiro, parceiro de fé e instrutor de primeira, que era o responsável pela montagem dos exercícios práticos de vigilância e apreensão de drogas. Terezinha e as crianças muito bem, estas pela primeira vez no ensino público, pois recebemos um apto funcional para morarmos em uma quadra da SQN 302, que era para cargos comissionados de alto nível, e nela havia uma escola pública também de alto nível (o apto comprado para casarmos era pequeno, com apenas dois quartos, e foi vendido quando fomos para Curitiba). Volta ao Minas-Brasília, às indefectíveis peladas - jogando no time de campo aos sábados à tarde e no de salão durante a semana, neste disputando o campeonato da cidade, onde chegamos a ser campeões do DF -, aos encontros com Egydio, Ivone e crianças, com almoços dominicais e apoio aos meus quando eu viajava. Enfim, com a exceção do mal-estar com a cúpula do DPF, tudo muito bom e gostoso. Madeira

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