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"Ando devagar/porque já tive pressa..."
Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira
quinta-feira, 15 de maio de 2008
vivencias-madeira-cronológica (1968/1)
1968: vida transcorrendo tranquilamente, eu acompanhando à distância os acontecimentos no Brasil, pois a Interpol tem como obrigação dos países filiados a proibição de tratar de assuntos políticos, religiosos e raciais. Assim, tinha e tenho minha opinião extremamente favorável ao movimento de 31 de março de 1964, mas não acompanhava as ações do governo militar, a não ser pela imprensa ou por comentários de colegas de setores envolvidos com a repressão. Mas - sempre um mas - a direção geral do DPF resolveu criar um órgão para centralizar as informações sobre as atividades de subversivos, ganhando assim agilidade para informar (de forma unificada, completa) ao ministro da justiça e ao presidente da república os fatos ocorridos. Isto na realidade atendia a uma comprovação feita, nos anos anteriores, de que só se tem êxito nas ações de repressão com a centralização das mesmas, pois de início o combate às ações violentas fracassaram por haver muitos órgãos trabalhando no mesmo assunto, e desordenadamente. Somente com a unificação das ações, com a criação do DOI-CODI, é que veio a dar certo e a se desmontar as células comunistas/oportunistas. No DPF já existia o DOPS central, na sede, e um em cada superintendência, todos ligando-se com todo mundo (Exército, Marinha, Aeronáutica, PM´s, CB´s). Ao procurarem um lugar dentro da organização - não pretendiam, de início, mexer em sua estrutura, o que demandaria uma lei - bateram na minha área, na Interpol, esta já muito bem organizada, rodando redondinha junto à direção geral (no organograma, era esta a nossa subordinação). Expliquei que era impossível executar o pretendido, face ao regulamento da Interpol, mas recebi a determinação de desmembrar o meu pessoal e deixar a seção de estudos (que eu chefiei e montei na minha chegada à Interpol, em l963) como sendo o núcleo-base de um novo serviço de inteligência do DPF, um órgão da direção geral responsável pelo controle de todas as informações referentes à área de combate à subversão, ficando o outro setor da Interpol - o serviço de investigações - como a Interpol propriamente dita. Pronto, lá fui eu para o furacão, mas ordem é ordem e eu era e sou totalmente favorável ao movimento de 64 pelo aspecto anti-comunista e moralizador. Isso resultou em um curso no Rio de Janeiro, no centro de estudos de pessoal do Exército, o CEP, situado no Leme, no fim do mesmo, no Forte Duque de Caxias. Curso de seis meses e seria difícil, recém-casado e com filho pequeno me separar da família (apesar de ser carioca e ter a chance de morar na zona sul), e a solução foi, com as diárias, alugar um apto de temporada no Leme, perto do CEP, e foi o que fizemos. Assim, parte deste ano eu, Terezinha, Caio e uma babá fomos residentes do Leme, na rua Gustavo Sampaio, e isto foi melhor que deixar a família em Brasília, indo lá uma vez por mês, morando só e guardando o dinheiro das diárias. Ainda tinha o possante do meu gordini pra passear pelo Rio, então um mar de tranquilidade graças à denominada Revolução. Madeira
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