"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

quinta-feira, 29 de maio de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1975)



1975: Fortaleza, trabalho, estudo, família amada e unida, com visitas de meus pais e os de Terezinha, férias no Rio, idas ao exterior (uma de Terezinha e as principais primeiras-damas à França e à Inglaterra, oferta grátis de uma grande agência de turismo local, e outra de nós dois no vôo inaugural da TAP, Fortaleza x Lisboa). Tudo muito normal para os padrões nordestinos de vips, além de duas viagens à Amazônia, cruzeiros marítimos em um navio brasileiro que então fazia, durante todo o ano, viagens pela costa brasileira, o Ana Nery (havia outro, o Rosa da Fonseca, seu irmão gêmeo). Foram viagens magnifícas, quando conhecemos Belém do Pará, Parintins, os estreitos do rio Amazonas - onde por seis horas o navio passava devagar, com árvores batendo em alguns momentos em sua lateral - e Manaus, então no auge da zona franca (Terezinha se acabou lá, tanto que em uma das viagens quase perdeu o navio por conta das compras - minhas filhas tem bem a quem sair). Em uma das vindas ao Rio tive também a oportunidade de viajar dentro da cabine com os pilotos da Transbrasil, em um BAC-ELEVEN, por pedido do gerente regional da mesma, para que eu soubesse como era. Foi sensacional: sentei no local onde antigamente vinha o engenheiro de vôo ou similar, atrás do comandante, em um tipo de cockpit, e vi o que eram uma decolagem e uma aterrissagem. Aliás, a de Recife é a mais bela chegada, pois é sobre um mar límpido, transparente. Também em Fortaleza tive a oportunidade de ir pela primeira vez a Fernando de Noronha, em avião de combate da FAB, numa inspeção do comandante da base aérea de Fortaleza. Foi lindo e inesquecível. Para ser melhor ainda minha estada lá, e também a convite desse coronel-comandante, fiz um vôo de treinamento de combate em um AMX, avião tipo Mirage, da base de Fortaleza, fruto de um consórcio franco-israelense. Não é mole não. Vesti a farda de piloto, que tem todo um interior forrado - que inclui elásticos que apertam as pernas e os braços quando do mergulho do avião, para impedir desmaios pelo forte afluxo ou defluxo de sangue para o cérebro (ao partir para o ataque) - e mandei brasa. Havia lugares determinados para vomitar, fazer xixi e beber água. Fui atrás do piloto, e se tratava de um treinamento de ataque com metralhadoras e bombas. Não sei o que foi mais difícil e forte: no de bombardeio, o piloto tem de fazer o avião mergulhar e arremeter rápido, violentamente, para fugir dos tiros de terra e dos deslocamentos de ar das explosões das bombas; no de tiros, são menores a aceleração e a subida, já que não há o deslocamento de ar das explosões. Os braços e pernas são fortemente apertados nas acelerações, prendendo bastante o sangue e fazendo-o fluir bem devagar. Na volta para a capital (o campo de treinamento ficava no interior do estado) fui brindado com um vôo de cabeça para baixo (esquisitíssimo). Não fui trabalhar na tarde deste dia por estar totalmente mareado (nem almoçar consegui direito). Travessia do Atlântico por mar e ar, submarino no CPOR, tanque de guerra no BIB, teco-teco no Maranhão, avião de combate no Ceará, helicóptero no ES - acho que já fiz mesmo de tudo. Madeira

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

um homem experiente

Vila Velha, ES, Brazil
Pai,avô,amigo,experiente, companheiro,divertido.