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"Ando devagar/porque já tive pressa..."
Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira
terça-feira, 8 de abril de 2008
vivencias-madeira-cronológica (1957/1)
Praia de Botafogo
1957: iniciei neste ano um novo ciclo de estudos, o do curso clássico, com maiores responsabilidades, tais como a preparação para o vestibular (com a escolha da carreira), menos molecagens e mais seriedade; enfim, como se dizia à época, estava ficando um homenzinho. Ao final de 1956 e do primeiro ano científico, lá estava eu literalmente fodido, em segunda época nas cas da vida: físi-ca, quími-ca e matamáti-ca. Bom, o jeito foi falar claramente com o meu pai e explicar a ojeriza a essas disciplinas, pedindo desculpas e apontando como solução fazer o curso clássico, que não possuía essas áreas e preparava para o vestibular no campo das humanas. Meu pai, que tinha muito orgulho de já ter feito um filho militar (Sidônio), ele, um simples e semi-analfabeto padeiro (como dizia ser), aspirava fazer do outro um diplomata, e depois dessa conversa vislumbrou esse caminho para mim, pois só podia fazer o curso do Itamarati quem já tivesse um curso superior, e eu desejava fazer direito, o que encaixava bem no curso clássico. Na época existiam, uma vez feito o ginásio (agora chamam de fundamental), três hipóteses de continuidade para os estudos: o científico, para as áreas de exatas e biomédicas; o clássico, para as áreas de humanas; e os técnicos, então para a formação de contabilistas, administradores e secretários, que hoje equivaleriam ao ensino médio. Conforme era do estilo do seu Dias, meu querido pai, que sempre disse (e cumpriu) que para o meu estudo, minha alimentação e minha vestimenta nunca nada faltaria, fui mandado em busca do melhor colégio com o tal do clássico, e que eu lá providenciasse a minha matrícula. Na Tijuca apenas o Instituto Lafayette, na rua Haddock Lobo, em frente à Igreja dos Capuchinhos de São Sebastião tinha o curso que eu procurava, mas esse era rival do Marista e fatalmente eu teria problemas lá, e assim catei no centro e na zona sul; fui então encontrar os dois cursos clássicos mais afamados do Rio: Colégio Andrews e Colégio Anglo-Americano, o primeiro de família tradicional de educadores, os Flexa Ribeiro, e o Anglo de origem saxônica, claro. Interessante que a rivalidade era tão grande no nível do ensino que o Andrews se notabilizava pela instrução da língua francesa, e o Anglo da língua inglesa. Bom, ao conversar com meu pai, por ser mais caro (pra ele tal era sinônimo de melhor) e por ter eu me apaixonado pelo pequeno e lindo prédio da praia de Botafogo, além de sempre ter preferido estudar francês, foi escolhido o Andrews, e assim peguei minha transferência no Externato São José, nem fazendo as segundas épocas; matriculei-me no Andrews, depois de ter feito uns testes e uma entrevista. Novo ciclo. Acordar às cinco e quinze da manhã, descer à padaria e entrar pelos fundos, pegar pães quentinhos, fazer o meu café, passar e vestir o meu uniforme (a partir dos quinze anos, lavava/passava minhas roupas e arrumava meu quarto, talvez por causa do futebol; minha mãe, quando comecei a jogar, disse-me que não lavaria aquelas roupas imundas e não constantes das obrigações maternas, e quem tem vergonha na cara não escuta duas vezes a mesma chamada) e tomar o ônibus Horto, que tinha o ponto final na pracinha Aguiar, ao lado do Colégio Batista, no fim da José Higino, este no número 415, que saía às cinco e cinqüenta pontualmente e chegava em Botafogo, no ponto ao lado do colégio, às seis e quarenta e cinco, com a margem de quinze minutos para o início das aulas. O retorno, também cronometrado e com o fim das aulas ao meio-dia, era no ônibus de meio-dia e quinze, e eu chegava ao ponto final por volta da uma hora, a tempo de encontar a turma na carrocinha de Kibon do Arnaldo. Dessas viagens de quase uma hora veio a minha paixão pela leitura, pois eu ia estudando para alguma prova ou lendo revistas, jornais e livros, chegando ao cúmulo de ler o dicionário de língua portuguesa duas vezes em três anos de idas e vindas... Madeira
Sorveteiro em frente à sede do Ministério da Educacão - anos 50
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