"Ando devagar/porque já tive pressa..."

"Ando devagar/porque já tive pressa..."
"Nessa loooonga estraaaaada da viiidaaa..."

Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira

segunda-feira, 9 de junho de 2008

vivencias-madeira-cronológica (1979/3)



1979: Terezinha enfraquecia a olhos vistos, pelo desgaste da doença, pela má alimentação, pela ausência de líquidos e pelo sacrifício da hemodiálise, mas continuava resistindo à idéia do transplante, apesar dos apelos de D. Hilda, decidida a ser a doadora, em um gesto de mãe. Telefonei para Fortaleza escondido de Terezinha e conversei com o Ismael, irmão único dela, sobre êle ser o doador, não só por ser mais compatível, mas também para não sacrificar a D. Hilda, em função de seus sessenta anos - fora que tal idade representava um rim mais vulnerável. Ismael se amarrou, ficou na dele e nunca mais atendeu telefonemas meus, numa clara resposta de que não era a doação um desejo seu. Conversei com os médicos sobre ser eu o doador e isto não seria possível, pois além de a compatibilidade ser uma exigência, havia a adequada opção pelo órgão de D. Hilda. O ano correu célere, com muitas aulas à noite e muito trabalho na SR, ainda bem que sem viagens a serviço. Os delegados, pela proximidade com o Rio, eram quase todos optantes, velhos, sem base de estudo, sem garra, acomodados, e eu os arrochando de todas as formas para produzirem. A SR começou a dar resultados, apesar de um superintendente desinteressado de êxitos, interessado apenas nas mordomias do cargo. Logo começamos a nos atritar, pois eu queria resolver tudo bem e rápido, e êle queria centralizar, para ver que frutos colheria em seu benefício. Além disso, esse sujeito possuía uma família complicada, que queria ser paparicada, e eu nunca puxei o saco alheio, pois é ou não é - e êle não era. Para complicar estourou um conflito entre Egydio e Ivone, e ela apareceu lá em casa no meio do ano, com os filhos, de mudança, querendo deixá-lo (moravam em Lorena, onde já tínhamos passado umas férias com eles); nós a acolhemos, nos apertamos, liguei para êle e nos acertamos, os dois (Terezinha foi definitiva, pois era a única pessoa que o Egydio escutava e - posso dizer mesmo - temia); arranjei a transferência dele para o ES, um apto para êles morarem e um cargo de chefia na minha coordenação. Com isso, voltamos a conviver profundamente, e nos fins de semana já estávamos todos juntos. Terezinha no final do ano já sofria de um cansaço muito grande e não conseguia mais andar muito (cansava-se logo, ficava ofegante e perto de cair), nem subir e descer as escadas do apto para ir até a hemo. Conseqüência: descia e subia as escadas no meu colo (eu estava no auge da forma física, cheio de gás e muito impulsionado pela raça dela, por seu exemplo). No final do ano, enfim, Terezinha concluiu que fazia o transplante a partir da doação de D. Hilda ou morreria, e concordou com a cirurgia. Iniciaram-se os exames dela e de D. Hilda e ficou marcado para janeiro o transplante com a equipe que a estava acompanhando desde o início do problema renal. Muitas pessoas, tais como o então superintendente do INAMPS, órgão de saúde e aposentadoria dos funcionários públicos, precursor do INSS, opinaram para ela fazer a operação no Rio ou em SP, mas Terezinha não quis deixar a equipe, a proximidade do lar, a nós, e preferiu fazer no hospital São José, do urologista Dr. Fabio Pereira, também da equipe médica. Antes de operar me disse que gostaria de se fixar cá no ES, e aqui comprar uma casa para nós. Ela se fixou em um bairro aprazível, perto do DPF, sem saída, e como sempre quando os mentores dizem amém, tudo se consegue, e em menos de três meses ela encontrou a casa que queria; então, negociou pessoalmente com os proprietários (e construtores) Sérgio e Álvara, que foram muito gentís e acelerados (queriam o dinheiro para a construção de uma casa em um bairro chique, o Mata da Praia). Com o auxílio do cargo, é óbvio, acelerei tudo na Caixa Econômica Federal, e antes do fim do ano estávamos com o contrato assinado de compra e venda, em dez anos, da casa número 40 da avenida Nossa Senhora das Graças, no Bairro de Lourdes, restando apenas acertar a data da mudança. Madeira

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