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"Ando devagar/porque já tive pressa..."
Blog destinado a narrar as vivências do autor, através de suas opiniões sobre fatos vividos, e de marcações cronológicas, objetivando deixar para descendentes e amigos suas impressões sobre passagens de sua vida, abrangendo pessoas com sd quais se relacionou e instituições em que laborou, tudo com a visão particular, própria de todo ser humano, individualizada, pois cada pessoa tem sua forma de pensar, ser e viver. Madeira
domingo, 20 de abril de 2008
vivencias-madeira-cronológica (1961/2)
1961: neste fim de ciclo cursei o segundo ano do CPOR, também já veterano e dominando os macetes da vida militar, pois gostava muito dos princípios vigentes de hierarquia, disciplina, camaradagem, honra, responsabilidade e coragem - tudo feito com uma alegria e uma dedicação muito grandes. O segundo ano era de estudo e prática de comportamentos de comandante, ao contrário do primeiro - ano de subordinado, de serviços de quartel (sentinela, faxina de alojamento, de banheiro, outras) -; as ações eram de chefia, de comando (auxiliar de oficial-de-dia e, nas marchas e acampamentos, de comando). Enquanto antes carregava fuzil e equipamentos de combate completos, parecendo um caracol de tantas coisas às costas, agora levava apenas o cantil e uma pistola quarenta e cinco na cintura. Ficou tudo, depois do que eu havia passado, uma delícia. Imagine que no último acampamento eu era o combatente que, no pelotão, carregava a placa-base do morteiro sessenta (peça onde se firmava o morteiro, arma de lançamento de granadas por sobre a tropa amiga e de curva ascendente/descendente), e a desgraçada, além de incômoda de carregar, pesava paca - e eu agora jovem, forte, atleta, cheio de gás com vinte anos e sem nada nas mãos nem nas costas. Para melhorar, com a minha facilidade de aprendizagem fiz no primeiro ano, no somatório das notas das vc´s (verficações de aprendizagem: provas, no exército) e dos conceitos (opiniões justificadas que são emitidas pelos superiores, colegas e subordinados) o terceiro lugar do curso. Com isso, dentro do posto máximo que um oficial da reserva pode alcançar, que é o de capitão, fiquei com este, que era para ser exercido pelos três primeiros colocados. Cada ano do CPOR, no curso de infantaria, possuía cerca de quinhentos alunos. Um total de mil das mais variadas matizes, todos cursando alguma faculdade. É óbvio que se espalhavam pelos cursos, pela afinidade e pelas áreas de nível superior que estavam fazendo. Assim aprendi, tanto na teoria (disciplinas como situações de combate, chefia e liderança, operações contra guerrilha, inteligência, outras) quanto na prática (comandando no quartel, nas marchas e no acampamento), a me comportar frente às situações, às dificuldades próprias de cada uma e principalmente a cuidar dos comandados. No exército é princípio fundamental de comando acompanhar, orientar e auxiliar os subordinados, e isso entranhou-se de tal forma em meu interior, já de fundo humanístico, que fez com que eu sempre me realizasse nos comandos exercidos pela possibilidade de orientar, ensinar os que estavam sob as minhas ordens. Punições devem ser aplicadas, mas o chefe tem de ter a certeza de que os erros não são de sua responsabilidade (pela falha de observação quanto à capacidade de entendimento de quem recebe a ordem, pela não clareza da mesma, pelo não acompanhamento por ele da missão...). Muitas e muitas vezes a vaidade e o orgulho não permitem aos chefes perceber os próprios erros, na covardia atribuindo-os aos outros e salvando sua pele. Isso eu nunca fiz, pois fui educado para sempre assumir os meus atos; afinal, errar é do jogo e um modo de aprendizagem, e sempre arquei com as conseqüências do que eu praticava. Ou seja, nunca tirei o cu da reta. Madeira
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